4 de mar. de 2013

GAVIÃO NO PLANALTO CENTRAL. DIÁRIO-PARTE I Por Érico Onofre. Advogado e Vereador pelo PMDB.





Ao que parece transparecer a cada ano, mais cristalino e estabelecido é o fato que sou advogado por profissão e político por vocação. Interpreto como ocorrência natural da vida.
Pois bem, adentrando na Capital Federal, mais precisamente nos recintos das repartições públicas federais, percebi algo que massageava e acariciava minha alma a todo instante, sem parar, algo até então sem explicação. De tudo girava em minha cabeça quando o filme da minha cidade reprisava, indagando-se comigo: será meu Senhor Deus, que sou mesmo capaz de está aqui e representar o meu município de alguma forma?
Esta pergunta deixei o tempo responder, desarmado de qualquer pretensão. Importa relatar que o nosso Gavião, mesmo distante e escondido em nosso interior sofrido, foi motivo de orgulho quando em pauta para a busca de melhorias e desenvolvimento na maior e mais importante Casa Legislativa do País, a Câmara Federal.
No meio de tantas delegações e deputados de todo o País à espera para falar com o Presidente daquela Casa, surge aquele funcionário federal e proclama em voz alta: representante do Município de Umarizal, o Sr. Érico Onofre. Constrangido, fui até ao funcionário federal e disse, em baixo tom, que poderia deixar o Deputado Federal Edinho Bez, do PMDB de Santa Catarina, Dep. Hermano, e outros, serem atendidos primeiro. O funcionário foi categórico em dizer que esse atendimento, o de Umarizal, foi pedido pelo Presidente para ser feito de imediato, apesar de não agendado por este Vereador. Confesso inimaginável satisfação e orgulho do meu Gavião. Após ultrapassar uma sala repleta de assessores e mais duas salas seguintes, cheguei, enfim, ao Gabinete Presidencial da Câmara Federal.
No segundo dia percorrendo os túneis, corredores, gabinetes, prédios anexos e salões do Congresso, já degustava o doce sabor da intimidade com cada recanto de tanto “bater perna”. Registre-se a liberdade e mobilidade ofertada por aquele gabinete, inclusive disponibilizando veículo oficial para “andarolas” nos ministérios e, quem sabe, passeios, o que foi recusado por este Vereador. Aí já era demais. Talvez, nem tanto para o saudoso Agenor Maria, Senador da República na década de 70 pelo RN, onde relata em um de seus livros frase que tornou-se célebre, que foi: “o Senado é melhor do que o céu, porque o céu ficou para os mortos, o senado para os vivos”. Direto, de fácil entendimento e sem maiores arrodeios.
Ponto interessante da conversa foi quando este vereador pediu ao deputado para providenciar uma passagem aérea, e que, de pronto, fez questão de convidar-me para acompanhá-lo no retorno ao Rio Grande do Norte na aeronave tipo jato, da FAB (Força Aérea Brasileira), o que me deixou, sinceramente, envaidecido, pela confiança e sintonia da conversa sempre agradável cultivada durante todos esses anos de amizade.
No entanto, algo me intrigava continuamente. Não entendia uma certa preocupação de dois homens que nos acompanhava no avião; inicialmente achava que eram também passageiros, de algum ministério ou da presidência. Bem trajados, aqueles sempre olhavam discretamente para minha pessoa e a do deputado, foi quando irrequieto dirigi-me a um deles e indaguei:
- algum problema amigo?
- não senhor, estou apenas fazendo a segurança de Vossas Excelências.
- como assim?
- somos agentes da Polícia Federal.
- ah tá...
Enfim, depois desta, e, diante da análise que este patamar definitivamente ainda não é meu habitat laboral, concluo que sofremos quando este costume não reveste nosso dia-dia.
De fato, ficou a experiência que vai ser experimentada e aprimorada mais uma vez no mês que vem, onde seguirei novamente para Brasília com os deveres de Casa exigidos pelo Deputado, já realizados e prontos para serem entregues ao gabinete do Presidente, bem como a recepção do município de Umarizal e região na galeria dos futuros contemplados.
Esse foi o voo do gavião sobre o Planalto Central, simultâneo ao voo do bacurau na convenção nacional do PMDB, em Brasília, ocorrido em 02 de março de 2013. (Leia-se/entenda a palavra Gavião como uma referência à cidade de Umarizal/RN, devido o primeiro nome desta ter sido Gavião).
                           

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