25 de fev. de 2016

Acarajé: Depoimento de João Santana dura 3 horas

Do G1
Marqueteiro do PT é ouvido pela Polícia Federal nesta quinta-feira
João Santana está preso na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. Monica Moura, mulher dele, foi interrogada na quarta (24) durante 3 horas
 
A Polícia Federal (PF) ouviu, entre as 9h30 e as 13h desta quinta-feira (25), o publicitário João Santana, preso na 23ª fase da Operação Lava Jato. Ele deveria ter sido ouvido na quarta (24), mas o depoimento da mulher dele, Monica Moura, demorou mais do que o esperado, e, por isso, a oitiva de Santana foi adiada.

Além do marqueteiro do PT, também foi ouvido nesta manhã o investigado Vinícius Borin; o depoimento dele durou cerca de meia hora, conforme a PF.
Ainda nesta quinta, deve ser ouvida a funcionária da Odebrecht Maria Lúcia Tavares. Todos eles foram presos nesta última fase da Lava Jato.
João Santana e Monica Moura são suspeitos de receber US$ 7,5 milhões em conta secreta no exterior. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção na Petrobras.
Santana foi marqueteiro das campanhas da presidente Dilma Rousseff (PT) e da campanha da reeleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2006.
A atual fase foi batizada de Operação Acarajé, que era o nome usado pelos suspeitos quando se referiam ao dinheiro irregular.
Defesa de Monica
Após o depoimento de Monica, na quarta, o advogado Fábio Tofic afirmou que a cliente conseguiu demonstrar cada movimentação da conta no exterior no depoimento prestado aos delegados da PF. Ela falou por cerca de três horas.
Fábio Tofic relatou não existir nenhuma prova de que os recursos recebidos pelo casal sejam provenientes de corrupção ou de campanhas brasileiras.
 
Eles receberam recursos lícitos pelo trabalho honesto que fizeram ao longo de anos. Não são lavadores de dinheiro, não são corruptos, nunca tiveram contrato com o poder público. São trabalhadores honestos – gostemos, gostem ou não, dos clientes deles. Agora os recursos são lícitos, não envolvem campanha brasileira”, disse o advogado.
“Está claro que ela e o João estão presos por um crime de manutenção de conta não declarada no exterior. Um crime pelo qual não existe uma pessoa presa neste país. Não vou dizer que é um crime leve, mas é um crime que não enseja prisão de qualquer cidadão desse país”, afirmou Fábio Tofic.
O casal estava na República Dominicana e participava da campanha de reeleição do presidente do país. Os dois foram presos na terça (23) ao desembarcar no Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (SP). A prisão temporária de ambos vence no sábado (27) e pode ser prorrogada por mais cinco dias.
Caso as autoridades achem necessário, poderão ainda pedir a conversão da prisão para preventiva, que é quando não há prazo para que o investigado deixe a carceragem.
Aumento de patrimônio
Um relatório da Receita Federal aponta divergências nas declarações de Imposto de Renda de João Santana e da mulher. De acordo com o levantamento, o patrimônio de Santana passou de R$ 1 milhão, em 2004, para R$ 59 milhões, em 2014, em valores não corrigidos.
Conforme o relatório da Receita, parte desse dinheiro entre 2004 e 2014 não passou pelas contas bancárias de Santana.
Em 2012, por exemplo, o publicitário não informou nenhuma movimentação financeira, mas declarou rendimentos de R$ 7,8 milhões.
O levantamento da Receita também mostra que o marqueteiro do PT teve gastos elevados com cartões de crédito de mais de R$ 500 mil em 2012, mas esses valores não circularam pela conta corrente dele.

A compra de um apartamento em São Paulo, em 2013, por R$ 3 milhões também não consta na movimentação da conta bancária de Santana.

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