13 de jan. de 2012

Rosalba contraria José Agripino e ele vai ter que recuar


A governadora Rosalba Ciarlini concedeu entrevista nesta quinta-feira, ao jornalista Diógenes Dantas, da 96 FM. Falou de quase tudo; dos problemas do primeiro ano às alianças política, passando pelas Centrais do Cidadão, até dizer que “o elefante vai voar”, numa alusão ao mapa do RN, que se assemelha a um elefante, que vai decolar no segundo ano de seu governo.

Há material para várias análises. Porém, fiquemos na parte política, que terá consequências para o pleito de outubro.

Questionada a respeito dos vetos feitos pelo presidente de seu partido, senador José Agripino, de não fazer nenhum tipo de aliança com o PSD de Kassab e Robinson Faria, a governadora foi diplomática.

Elogiou a decisão de Agripino enquanto líder nacional da legenda, mas não teve como evitar tomar posição contrária ao que determinou o pai de Felipe.

Rosalba afirmou que os compromissos assumidos em 2010, em que recebeu apoio e prometeu reciprocidade para 2012, serão cumpridos. A mulher de Carlos Augusto foi enfática: “Não há como voltar atrás”, pois a palavra foi empenhada e deve ser cumprida.

Agripino não perdoa a criação do PSD pelo fato de ter transformado seu DEM em um partido moribundo em busca de fusões para escapar do sepultamento. Tem suas razões. Mas precisa ser como era antes: cerebral, estratégico e responsável em suas decisões.

Afinal, vetar alianças nos municípios sem respeitar a realidade local e sem qualquer preocupação com o que foi acertado no passado e o que vai ser cobrado no futuro, não é uma medida inteligente. Nem feita para proteger aliados.

Sem qualquer preocupação com o voto do eleitor potiguar até 2018, José Agripino não vê que sua aliada Rosalba Ciarlini vai às ruas pedir o voto e o apoio em 2014, justamente de quem ele determina que despreze em 2012.

Naturalmente orientada por Carlos Augusto Rosado, seu marido e mentor intelectual do governo, Rosalba Ciarlini descartou cumprir a determinação do DEM, em nome da gratidão a quem lhe ajudou e também pensando no futuro, quando terá que inverter o papel de dar apoio pelo de pedir.

A decisão da governadora foi correta nos dois aspectos: no político, pois deixa portas e janelas abertas para apoiar e ser apoiada; e no pessoal, quando demonstra gratidão e respeito à palavra dada e ao apoio recebido na hora difícil.

Agripino terá que recuar e ‘flexibilizar’ sua determinação, sob pena de entrar em conflito frontal com a única governadora de seu partido, justamente no seu Estado.

Vai ter que fazer algo que não é muito de seu estilo: voltar atrás no que disse; ou mudar o sentido, dizer que foi mal interpretado pela imprensa...

Inteligente e sagaz, o filho de Tarcísio encontrará uma maneira de desmanchar com a cabeça, o que fez com o fígado.


POSTADO POR CLEUMY CANDIDO FONSECA ÁS 08:44

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