8 de ago. de 2015

Paciente é atendido no chão do Hospital Regional Tarcísio Maia por falta de leitos


Paciente atendido no chão: superlotação e descaso decorrentes da falta de estrutura e de pessoalPaciente atendido no chão: superlotação e descaso decorrentes da falta de estrutura e de pessoal





























O Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) denuncia a superlotação e falta de estrutura do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Na madrugada de anteontem (6), um paciente fez uma transfusão de sangue deitado no chão porque não tinha leitos nem macas. Funcionários reclamam ainda da sobrecarga de trabalho ocasionada pelo déficit de profissionais.

“Como não tinha mais nenhum leito disponível e nem maca, que já não é adequada para uma transfusão de sangue, o paciente teve de ficar em um lençol no chão da sala de nebulização, que sequer possui banheiro. Outro paciente que estava em uma maca no corredor morreu, não há condições de se ter um tratamento eficiente sem o mínimo de estrutura”, afirma o técnico de enfermagem Audiclégio Alves Maia.
O técnico de enfermagem conta ainda que a ocupação do HRTM estava tão alta que a Unidade de Gerenciamento de Vagas (UGV) teve de entrar em contato com Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros hospitais pedindo para que não fossem mais enviados pacientes, pois não havia lugar.
Audiclégio Alves disse que ontem havia 43 pacientes em atendimento no HRTM e somente três técnicos de enfermagem trabalhando. Ele explica que a falta de profissionais na unidade contraria as normas do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), que recomenda a proporção de cinco pacientes para cada profissional em atividade.
“Por causa do desconforto e superlotação, muitos pacientes pediram para ter alta adiantada ou abandonaram o hospital. O HRTM recebe uma demanda crescente, mas o número de funcionários e a estrutura não acompanharam o ritmo. Já não aguentamos mais ver esta obra de ampliação do hospital parada há mais de dois anos”, disse o técnico.

JUSTIFICATIVA
A assessoria de comunicação do HRTM informou que o atendimento ao paciente teve de ser prestado no chão devido à urgência do caso. A assessoria informa que, como o homem já vinha recebendo soro na ambulância, a equipe de saúde iniciou a transfusão de sangue de forma emergencial até que fosse providenciado um leito.

De acordo com o presidente do Sindsaúde, João Morais, enquanto o paciente recebia atendimento no chão do HRTM, mais 34 pessoas eram atendidas nos corredores. Ele diz que o sindicato vai entrar com ação no Ministério Público e ainda realizar protesto quinta-feira (13), às 9h, em frente ao Hospital Regional Tarcísio Maia.
Sindsaúde estima déficit de três mil servidores no Estado
O presidente do Sindsaúde, João Morais, afirma que, somente na área de enfermagem do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) há um déficit de 17 profissionais. Em todo o Estado, o sindicato calcula que sejam necessários, em média, três mil servidores em diferentes áreas. Questionada sobre a possibilidade de contratação de mais profissionais, a assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) informou que o concurso público para a área deve ser aberto somente no próximo ano.
Em nota, a assessoria declara que a Coordenação de Recursos Humanos da Sesap está em fase de planejamento do concurso público para 2016 e a previsão é que sejam oferecidas vagas nas áreas assistencial e administrativa, destinadas a repor as vacâncias por aposentadorias e falecimentos.
“Mesmo o Estado estando no limite prudencial, o concurso estará dentro da legalidade, já que servirá para repor as vacâncias por aposentadorias e falecimentos. A expectativa é que o processo siga com celeridade e a Sesap convoque os aprovados ainda em 2016”, conclui a assessoria, em nota.

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