30 de ago. de 2017

FEMURN cobra reativação de caixas eletrônicos no estado


A Federação dos Municípios do Rio Grande do Norte (Femurn) cobrou mais celeridade aos representantes dos bancos, para reabertura de caixas que foram explodidos em ações criminosas no Estado. De acordo com o Presidente da Federação, Benes Leocádio, os prefeitos levam inúmeras reclamações sobre os problemas causados pela falta de serviços bancários nas cidades. “Eles estão muito preocupados, procuraram a Femurn porque os prejuízos são enormes, principalmente para a população mais idosa”, externou Benes Leocádio.
Segundo o presidente da Femurn, a reclamação dos prefeitos foi levada ao Instituto de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon) Estadual, e foi levantada junto ao presidente da entidade, a possibilidade de aplicar multas às agências bancárias que não voltaram a fazer os serviços, principalmente de saque. “Fomos ao Procon em junho, e Cyrus nos disse que iria procurar instituições e talvez fosse necessário multá-los. Acredito que punição através do Procon é a única solução, porque o que estamos ouvindo são verdadeiras enrolações”, disse Leocádio.
Durante uma audiência na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em que estavam presentes o superintende do Banco do Brasil e representantes de outras instituições bancárias, foi discutida a possibilidade de reabertura, tendo em vista os prejuízos. “Chegamos a conclusão que as instituições estão protelando uma solução. Os bancos dizem que estão fazendo análises, mas de medida concreta até agora não foi feito nada, vamos procurar o Procon novamente”, explicou Benes Leocádio.

De acordo com Cyrus Benavides, diretor do Procon Estadual, o resultado da audiência de conciliação realizada em maio deste ano foi apresentado somente na manhã de ontem (28), ainda não sendo de conhecimento geral. “Com um calendário definido, o Banco do Brasil se comprometeu a reabrir até janeiro de 2018, 15 agências bancárias danificadas em decorrência de explosões ou tentativas de assalto. Ficaremos atentos ao cumprimento das datas, para que os consumidores não sofram mais prejuízos”, afirmou. No processo de conciliação e devido a apresentação de documentos justificando as razões do não funcionamento total e fechamento de algumas agências, o Procon decidiu não aplicar multa na instituição.
Somente em 2017, já somam 53 cidades que tiveram agências bancárias, dos Correios ou carro-forte, alvo de bandidos. Extra-oficialmente, fontes ouvidas pela TRIBUNA DO NORTE informaram que o valor médio para reabertura de uma agência bancária é de R$ 1 milhão. Um dos pontos essenciais para reabertura é reforço da segurança local, o que deixa ainda mais lento o processo para reabrir os locais.

A maioria das agências afetadas são do Bradesco e Banco do Brasil. Mas é em relação ao Banco do Brasil a maior parte das reclamações porque a instituição detém boa parte dos contratos de contas das prefeituras, câmaras de vereadores e servidores estaduais. A instituição é um dos principais alvos escolhidos pelas quadrilhas — até ontem eram 13 unidades, e 18 do Bradesco. Ao todo, incluindo outras instituições do sistema financeiro de bancos, foram 53 casos de roubo este ano.

O Banco do Brasil registrou roubos contra suas unidades em 20 municípios do Rio Grande do Norte. A reportagem procurou a instituição, que admitiu 12 ocorrências este ano e dez em 2016, e informou que apenas cinco agências estariam sem nenhum atendimento. A TRIBUNA DO NORTE conseguiu contato com repartições públicas e estabelecimentos privados em 16 municípios, e em todos eles confirmou que as agências do Banco do Brasil não disponibilizam dinheiro para saque, seja no atendimento em terminais eletrônicos ou personalizado. Através da assessoria de comunicação, o Banco do Brasil afirma que prioriza reabrir as agências para atendimentos que não envolvam numerários, pois a retomada de operações com dinheiro requer conclusão de licitações para instalação de novos cofres e outros equipamentos.
Em algumas cidades, os bancos recuperaram os prédios, mas restringem o serviço às demandas relativas a problemas burocráticos que não envolvam transações em espécie. O dinheiro circula menos nessas cidades e causa efeitos também no comércio. Os comerciantes com quem a reportagem conversou afirmam que perdem vendas porque o consumidor acaba comprando naquele município ao qual se deslocou para receber o salário.
A TRIBUNA DO NORTE procurou a Delegacia Geral de Polícia (Degepol) para saber se existe alguma medida preventiva contra os crimes, mas até o fechamento desta reportagem não houve resposta.
Fonte: Tribuna do Norte

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