20 de jan. de 2014

Cenário político no Rio Grande do Norte segue sem definições a respeito de formação de chapas

O período de veraneio é de muitas articulações políticas nas casas de praia dos políticos. Nos alpendres se fazem conjecturas e alternativas para a formação de chapa. A eleição de 2014 é uma das mais atípicas pela quantidade de indefinições.

A situação provoca uma série de cenários expostos para um pleito em que o governador deverá sair de uma das chapas de oposição. Além disso, não há senador disputando a reeleição porque o mandato atual é exercido pelo veterano Garibaldi Alves (PMDB), que com mais de 90 anos não vai tentar mais um mandato.

Neste momento todos os principais líderes e partidos estão na oposição. O DEM da governadora RosalbaCiarlini está isolado até segunda ordem.

Há uma série de especulações. Numa é dada como certa a formação de uma chapa com Fernando Bezerra (governo), João Maia (vice-governador) e Wilma de Faria (Senado). Essa é a chapa dos sonhos do PMDB, mas há um problema: o PT. A legenda já tem Fátima Bezerra lançada para o Senado. Os petistas não aceitam se aliar com o PSB por causa da candidatura de Eduardo Campos a presidente da República.

O PT também não aceita dividir palanque com PSDB e DEM que podem se aliar ao PMDB.
As alternativas são tantas que o DEM poderia tirar o direito de reeleição de Rosalba e em troca indicar o vice da chapa do PMDB, que poderia ser o deputado estadual Getúlio Rego, além de garantir uma boa chapa proporcional.

Consta que para ser candidato ao Governo Fernando Bezerra exige não enfrentar Wilma. O problema é que a líder socialista lidera as pesquisas para Governo e Senado. Sendo a segunda disputa mais equilibrada com Fátima Bezerra, que tem um nome mais consolidado para o pleito. Mesmo assim, Wilma indicou esta semana que tem a vontade de exercer um mandato parlamentar.

Sem Fernando Bezerra, restaria ao PMDB buscar um outro nome internamente, mas há carência de quadros. Sobraria apoiar uma candidatura de outro partido, hipótese amplamente rejeitada pelos caciques. O nome natural no PMDB é o do ministro Garibaldi Filho, mas ele rejeita a ideia de entrar na disputa.

Se Wilma decidir disputar o Governo ela se isola porque o PMDB acomodaria Fátima na chapa do Senado. Restaria o PSD de Robinson Faria. O problema é que o vice-governador já se lançou candidato ao posto máximo da política potiguar. Após dizer que tem um plano B, o vice-governador avisou no Twitter que não está só.

O pessedista está à cavalheiro. Espera quem ficar de fora da chapa do PMDB para formar palanque. Ele só teria dificuldades para se aliar ao DEM. Com o PT haveria convergência caso Fátima não seja a "senadora" do PMDB. Com Wilma ele poderia ser deslocado ao Senado ou vice e versa.
Muitos capítulos serão escritos até que haja a definição das chapas que vão se enfrentar nas eleições do próximo ano.

Somente Robinson Faria e Fátima Bezerra têm projetos políticos expostos

Para as eleições deste ano apenas duas candidaturas majoritárias estão postas: a do vice-governador Robinson Faria (PSD) ao Governo do Estado e da deputada federal Fátima Bezerra (PT) ao Senado.
Presidente do diretório estadual do PSD, Robinson Faria só depende de si para entrar na disputa eleitoral na cabeça de chapa. Tem um partido na mão e já avisou que estava disposto a evitar uma "eleição por WO".

O vice-governador até aqui não se capitalizou em cima do desgaste da governadora RosalbaCiarlini, que desde outubro de 2011 sofre duras críticas por parte do pessedista. Ele vai mal das pernas na maioria dos cenários e só aparece bem quando o cenário exclui Wilma de Faria (PSB).

Já Fátima Bezerra aparece numa situação de maior competitividade para o Senado. Ela rivaliza com empate técnico nos cenários em que Wilma de Faria aparece como alternativa ao cargo.

O grande problema para a candidatura de Fátima ao Senado são as rusgas internas do PT que teve uma eleição interna traumática no fim do ano passado.

Por coincidência, Fátima e Robinson caminham para serem excluídos da chapa majoritária que está sendo montada pelo PMDB e podem se aliar nas eleições deste ano porque não há vetos do PT ao PSD.

Bruno Barreto
Editor de Política

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