6 de jul. de 2012

Ações na saúde foram para evitar uma intervenção federal




O deputado estadual José Dias (PMDB) afirmou que o governo do Estado anunciou as ações na área de saúde para evitar uma intervenção federal ou ainda uma decisão judicial que viesse a desmoralizar a administração pública estadual. Ele elogiou as medidas anunciadas na tarde de ontem pela governadora Rosalba Ciarlini (DEM) em entrevista à imprensa, mas mostrou-se incerto quanto ao cumprimento das metas.
“O que acontece se isso vai dar resultado ou não, é claro que não tenho bolinha de cristal, mas o problema não é o anúncio da medida, é a execução. Como a gente está vendo tantas promessas, ninguém pode confiar em promessa. Agora, se as coisas forem executadas, pode realmente alcançar algum resultado. Até porque a situação é tão grave, tão difícil, tão dramática, que tudo que for feito será uma melhora. Piorar está quase impossível, porque está tão ruim que a gente não sabe se é possível piorar”, avaliou José Dias.

Ao analisar as medidas do governo, o deputado disse ser lamentável que o governo do Estado só tenha agido através de pressão. “O movimento do governo é determinado pela pressão da sociedade, da imprensa e das entidades de classe. É o risco de uma decisão judiciária acachapante, que desmoralizaria completamente o governo. Então, é por conta disso que o governo está agindo, não é por outra razão”, afirmou.

José Dias enfatiza, porém, que, se forem implantadas, as ações tendem a ter um resultado. “O problema é que o governo tinha condições de fazer desde o começo e não fez. Será que com o ferrão vai fazer?”, indagou.

Sobre a justificativa governamental de que somente agora o governo conseguiu equilibrar as finanças, o deputado discorda inteiramente. “Essa alegação não prevalece, a história não demonstra isso. Os fatos são diferentes. Claro que o governo vem sempre aumentando a arrecadação. E o mais importante é que o governo está agindo agora porque tem risco dessa decisão judiciária, de uma intervenção do governo federal no RN. Não é porque melhorou ou piorou não”, concluiu.

ATRASO
O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) elogiou em parte as medidas do governo do Estado para o setor de saúde, como a recuperação dos hospitais e a construção de um hospital em Natal. Contudo, segundo ele, as ações precisavam ter sido tomadas há mais tempo porque, com o decreto de calamidade, o governo apenas oficializou o “caos que ele mesmo aprofundou”.

“Torço e cobro para que haja uma resposta efetiva. Porque, na verdade, o que o governo fez foi oficializar o caos que ele mesmo aprofundou. Agora o gasto. Vai destinar R$ 25 milhões para 12 hospitais, enquanto destinou R$ 16,8 para uma empresa fazer a administração de um hospital, que é o da Mulher através da Marca, em Mossoró. E espero que o estado de calamidade não seja tão somente para dispensar licitações. É preciso que as instituições acompanhem a aplicação dos recursos”, declarou o parlamentar.

Segundo Fernando Mineiro, o governo teve 18 meses para preparar ações como esta. “Eram medidas que eram para ser tomadas há muito mais tempo. O governo aprofundou o desmonte da gestão, deixou chegar nesse nível. Espero que essas medidas tenham impacto”, disse.

VALORES
Mineiro registrou que, dos R$ 32 milhões destinados pelo governo para as ações, R$ 14 milhões serão repasses do governo federal. “Até hoje o governo teve excesso de arrecadação de R$ 242 milhões de reais. Ou seja, a arrecadação é muito acima. E esses R$ 242 milhões não tem destinação orçamentária, então poderia aplicar onde bem desejasse. Desses R$ 242 milhões, porém, o governo destinou apenas R$ 7 milhões para a saúde”, ressaltou.

Ainda segundo Mineiro, trata-se de “um conjunto de medidas necessárias, mas acho que os recursos são poucos”. Ele concluiu afirmando que a sociedade deve acompanhar a implantação das medidas anunciadas, principalmente porque, com o decreto de calamidade, será dispensado o processo licitatório. “Vamos fiscalizar esses processos”, finalizou.


fonte: tulio lemos

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