20 de mar. de 2014

Na política do RN, a desconfiança recíproca e o excesso de peso ameaçam os palanques montados


O movimentado último final de semana deu a impressão de que tudo começava a se definir na política do Rio Grande do Norte.

Henrique Alves reuniu prefeitos para lançar-se ao governo.

Vilma Faria foi assediada por todas as tradicionais lideranças para ser a candidata ao senado, junto com Henrique. Transformou-se na “joia da coroa”.

Robinson Faria reafirmou que disputará o governo pelo PSD.

Fátima Bezerra mostrou-se determinada a disputar o senado.

José Agripino, em entrevista à TN, colocou as “cartas na mesa” sobre o apoio do DEM à reeleição de Rosalba.

Tudo parecia “prego batido e ponta virada”! Entretanto, passadas as primeiras 48 horas, a atmosfera continuou turva.

Poucos sinais de que todas as estratégias eleitorais estejam definidas e consolidadas. Os palanques montados demonstram, claramente, um clima interno de profunda desconfiança recíproca e excesso de peso.

Ninguém confia em ninguém.
O peso das ambições pessoais também ameaça a estabilidade desses palanques.
Senão vejamos.

Henrique não confia em Vilma. Teme que aconteça em 2014 o que aconteceu no passado, quando ela rompeu com José Agripino para apoiá-lo na candidatura a Governador do RN e terminou sendo ela mesma a candidata.

À época até secretaria de estado Henrique assumiu para ser o candidato ao governo, com um arco de aliança fortíssimo liderado por Vilma, então prefeita de Natal.

Mais distante no tempo, Henrique recorda quando Vilma igualmente prometeu apoiá-lo para prefeito de Natal e de última hora lançou Aldo Tinoco, que o derrotou.

No PT, Fátima não confia em Mineiro. Teme que ele estimule a sua candidatura ao senado, apenas para eleger-se deputado federal, sempre se opuseram internamente no partido.

Por seu lado, Mineiro desconfia que Fátima aceite ser vice de Henrique, ou reflua para disputar a deputação federal, como querem alguns amigos próximos dela.

O maior temor de Henrique Alves é Vilma rebelar-se de última hora e candidatar-se ao governo, alegando pressão dos socialistas. Nesse caso, Vilma puxaria Fátima, formando uma chapa para enfrentar o resto dos partidos.

O PT aceitaria tal composição, como forma de cooptar o apoio do PSB, em possível segundo turno presidencial.

Restaria a Henrique oferecer à Robinson a vice-governadoria, ou a candidatura ao senado. Caso Robinson recusasse, não teria como montar o seu palanque, por falta de nomes.

A possível resistência a tais esquemas seria a governadora Rosalba Ciarlini candidatar-se à reeleição. Essa hipótese, após a entrevista do líder dos democratas, José Agripino, está cada dia mais distante.

O desejo do DEM é aliar-se aos Alves, apoiar Vilma e priorizar a eleição proporcional. O resumo da ópera mostra claramente, que os maiores “trunfos” políticos estão nas mãos de Vilma Faria. Ela vem sendo aplaudida, elogiada e apoiada pelos grupos tradicionais da política potiguar (Alves e Maia).

Todos a cortejam e aceitam o seu nome como imbatível na eleição de 2014. Mesmo assim, não se sabe a consistência eleitoral de Vilma. Há profundas dúvidas. Só as urnas dirão.

A verdade é que Vilma, hoje, pode manobrar como queira e até desmoralizar seus antigos opositores, que perderão o discurso para combatê-la.

Aproxima-se mais um fim de semana, mesmo que Henrique e “seus aliados” consigam dobrar Vilma e ela o apoie no final de março, lançando-se para o senado, a dúvida persistirá até o último dia do prazo para encaminhar o pedido de registro eleitoral.

Como já afirmou Vilma: “mudando o cenário, os compromissos poderão mudar também”.
Percebe-se, portanto, que a “desconfiança” continuará na atmosfera política potiguar.
Além disso, os palanques ameaçam cair, pelo excesso de peso!

Fonte: Blog do Ney Lopes

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