Semana passada foi concretizado o traslado do
presidente da Assembleia do Rio Grande do Norte, deputado Ricardo
Motta para o recém-criado Pros – Partido Republicano da Organização
Social.
Conseguiu formar a maior bancada (da Casa) no
partido janela, depois de fechar outras tantas no Governo Rosalba.
Isso porque havia acertado ficar com o comando do
PP potiguar, mas foi surpeeendido pela ação do deputado federal Betinho
Rosado, ex-DEM.
Segundo pessoas próximas ao casal Rosalba/Carlos
Augusto sem o aval deles.Segundo outras nem tão distantes, um risco assumido
pelo grupo rosa do DEM como alternativa de interlocução junto ao Governo
Dilma.
Fato é que a história de bancada numerosa e pouco
consistente – em termos programáticos partidários – não é novidade no Palácio
José Augusto. Pelo contrário. Um fenômeno repetido nas últimas décadas a partir
do fortalecimento da figura do presidente da Assembleia Legislativa, poder
político e concreto de força incontestável.
A mesma força usada como degrau para a Câmara
Federal dessa fatia do legislativo também não é novo. Senão vejamos. Na década
de 80, o RN assistiu a expressão maior do então Partido Liberal. O PL do
deputado federal Flávio Rocha era também dos estaduais Raimundo Fernandes e
Vivaldo Costa.
Não chegou à presidência da AL, mas foi
definitivo na era radical do Governo Geraldo Melo, de oposição e situação mais
definidas.
Na década de 90, governo Garibaldi Alves Filho,
foi a vez do presidente Álvaro Dias – ainda PMDB – galgar planos mais ousados
como uma cadeira na Câmara Federal. Chegou lá com a ajuda de quase todos seus
pares estaduais. Lá, foi contemplado com o PDT. Partido que também quase
conquistou o passe dos deputados Raimundo Fernandes e Ricardo Motta.
Por último, o PMN do vice governador Robinson
Faria. O ex-presidente reeleito tinha o filho como carta na manga para entrar da
disputa federal. Desafio conquistado com sucesso e com a ajuda dos deputados
Raimundo Fernandes e Ricardo Motta. Vivaldo Costa, não desta vez. Optou pelo
também pendular PR.
Motta que assumiu a presidência da Casa com o
discurso de não repetir Robinson Faria já acumula mais semelhanças do que
diferenças. Para citar duas; a reeleição da Mesa Diretora “fora de época” e o
projeto do filho deputado federal.
Simples assim; história se repetindo, na mesma
praça, no mesmo jardim e na maioria das vezes com os mesmos protagonistas,
sabendo quem prós. Contra, talvez.
FONTE:http://lauritaarruda.com.br/