BRASÍLIA - A presidente Dilma Rousseff se reúne nesta sexta-feira com o vice-presidente Michel Temer (PMDB) e o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, antes do anúncio que poderá fazer ainda hoje, das mudanças em sua equipe ministerial para amarrar apoio dos partidos à sua reeleição em 2014. Já está acertado que, para pagar a fatura pela renúncia de Leonardo Quintão (PMDB) em apoio ao derrotado Patrus Ananias (PT) na eleição para prefeitura de Belo Horizonte (MG), irá para o lugar de Mendes na Agricultura o presidente do PMDB em Minas, Antonio Andrade. Com a negativa do PSD em formalizar a entrada no governo, Dilma deve adiar a entrega de cargos para o partido nesse momento. Fontes do PMDB informam, entretanto, que a presidente pode incluir já, nessa mexida, a substituição do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, do PSB do governador e provável adversário, Eduardo Campos.
Interlocutores do ministro Mendes Ribeiro, que enfrenta uma dura batalha contra um câncer de cérebro, informam que ele está emocionalmente muito abalado com Michel Temer, que teria pedido o encontro com Dilma, para que ela mesma avaliasse se ele teria condições de assumir a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), no lugar do correligionário Moreira Franco, que deverá ser deslocado para uma pasta de melhor visibilidade e peso, a Secretaria de Aviação Civil (SAC). Essa secretaria, que cuidará da construção dos aeroportos regionais, era cobiçada pelo PSD, para o mineiro Paulo Safady. O recém-criado ministério da Pequena e Micro Empresas não foi suficiente para levar o PSD de Gilberto Kassab para o governo.
Se Dilma decidir, nessa conversa com Mendes Ribeiro, que ele volta para seu mandato na Câmara, fica sem mandato Eliseu Padilha, seu suplente, que trabalha para que ele vá mesmo para a SAE.
No anúncio que poderá fazer ainda hoje, a presidente Dilma Rousseff pode colocar também Manoel Dias, braço-direito do presidente do PDT, Carlos Lupi, no Ministério do Trabalho e Emprego, no lugar de Brizola Neto. Se o fizer, Dilma perde a queda de braço com Lupi, que volta a comandar a pasta, por meio de Manoel Dias. Não há definição ainda sobre o Ministério dos Transportes. O nome do PR é o deputado Luciano de Castro, mas Dilma insiste em manter lá Paulo Passos.
FONTE: O GLOBO.COM