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A chegada do verão vai proporcionar muitas conversas de alpendre e
formação de chapas sob o efeito de whisky, que não resistem a ressaca da
realidade. Em alguns casos, acordos são fechados em um mundo
particular, mas sucumbem à força dos fatos.
ESCOLHA
A candidatura do ex-senador Fernando Bezerra poderá até ganhar força na
cúpula do PMDB, mas precisa de muito mais para se viabilizar
eleitoralmente. Na verdade, a chapa que líderes do PMDB tentam desenhar,
causa estranheza pela ausência de nomes com nobrenome Alves. Afinal,
sempre que a eleição é viável, há um Alves na disputa; quando eles não
disputam, há algo de estranho.
INTERESSE
Qual o real interesse que Henrique Alves, presidente do PMDB, tem em
formar uma chapa com Fernando Bezerra para o Governo e Wilma de Faria
para o Senado? Se Bezerra perder, será uma derrota do candidato; se
vencer, o PMDB assume a paternidade da vitória e Henrique evita que um
integrante da família (Walter Alves ou Carlos Eduardo) assuma a
liderança política do grupo. E há outro detalhe: Fernando Bezerra, que
não demonstra grande interesse pela candidatura, poderá desistir a
qualquer momento para viabilizar outra composição ou para que o próprio
Henrique assuma a candidatura majoritária.
DIFICULDADE
A possibilidade de uma chapa com o PMDB e Wiilma, expõe uma dificuldade
originada da composição nacional. Como o PMDB do RN vai justificar a
exclusão do PT na chapa para dar lugar ao PSB? O fato é que Wilma hoje é
a mais forte em qualquer grupo, em qualquer lado. Se tirar o PT da
chapa, Fátima Bezerra dificilmente terá condição de viabilizar uma
candidatura majoritária sozinha; com Wilma é diferente. E todos sabem
disso.
MUDANÇAS
A eleição suplementar de Mossoró provoca mudança nas alianças. O PMDB,
que ofertou um nome para ser vice de Cláudia Regina, do DEM, admite que
pode mudar de lado e fazer coligação com o PSB, de Larissa Rosado, que
foi derrotada pela chapa que tinha o vice do PMDB.
MUDANÇAS II
Situação complicada fica o vice-governador Robinson Faria. Ele apoiou a
candidatura de Larissa, de quem é amigo de longas datas. Porém, o atual
prefeito, Francisco José Júnior, é de seu partido, o PSD e deverá ser
candidato em fevereiro. O detalhe é que Francisco José, para se eleger
presidente da Câmara, já havia se bandeado para o grupo de Cláudia e
Rosalba, de quem Robinson é adversário. E agora, o vice-governador vai
apoiar Larissa, que milita na oposição como ele, ou vai apoiar a
candidatura de seu partido, que tem compromisso com os adversários dele?
ISOLAMENTO
Por falar em Robinson, o pai de Fábio Faria está numa situação
desconfortável na sucessão de 2014. Dono de sua própria candidatura,
pois detém o controle de um partido, Faria ainda não conseguiu agregar
apoios suficientes para viabilizar seu nome. Sem a força eleitoral de um
Garibaldi ou de uma Wilma, sair sozinho é uma temeridade. Sua grande
esperança de mudar o quadro completamente é o afastamento da governadora
Rosalba Ciarlini.
PAGAMENTO
A governadora Rosalba Ciarlini entra para a história como a gestora que
terminou o ano sem pagar o salário dos servidores públicos. Mesmo diante
dessa marca negativa, a Rosa aparece sorridente nos eventos públicos,
como se nada estivesse ocorrendo em sua administração.
SEM FORÇA
O Mensalão do PT provocou desgaste no partido e também na força do verbo
de suas lideranças. A deputada Fátima Bezerra, outrora língua
afiadíssima contra o DEM e o senador José Agripino, mudou o tom
completamente. Efeito Mensalão.
FONTE: http://jornaldehoje.com.br/author/tulio-lemos/Adapatado por Cleumy Cândido fonseca