O PT precisa voltar a
acreditar em valores (…) que foram banalizados por conta da disputa
eleitoral, mas sem ser sectário como no começo.
A
declaração é do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, “principal
protagonista” do PT e que faz parte do livro 10 Anos de Governos
Pós-Neoliberais no Brasil: Lula e Dilma, coletânea de 23 artigos
organizada pelo sociólogo Emir Sader.
Pois muito bem: já disse
isso em outra oportunidade, mas entendo que o PT do Rio Grande do Norte,
por exemplo, se encaixe perfeitamente no partido da base, igualzinho o
que era em 1980, contrário a alianças políticas com partidos ditos de
centro esquerda, mas ciente que, para ganhar, tem que fazer acordos. Eu
disse acordos e não “acordão”, que fique bem claro.
Dito isto me
reporto agora ao fato de que o episódio do PED (Processo de Eleições
Diretas) para a escolha dos dirigentes municipais e estadual do PT no
estado, ainda sob questionamento, levou a uma lavagem de roupa dos
petistas as redes sociais. Se haviam feridas internas elas foram
mostradas ao público. Mostrou-se o PT versus PT. E a quem interessa o
enfraquecimento do Partido dos Trabalhadores no Rio Grande do Norte?
Pergunta essa fácil de ser respondida. As oligarquias.
O fato da
deputada federal Fátima Bezerra (PT) despontar nas pesquisas de intenção
de voto como favorita para uma única vaga destinada ao Senado nas
eleições majoritárias de 2014, incomoda muita gente. Não se concebe na
política papa-jerimum uma professora que entrou na vida pública através
dos movimentos sindicais e sem ter nenhum sobrenome tradicional galgar a
um cargo tão importante no cenário nacional. Assim, como não se concebe
um deputado estadual – falo de Fernando Mineiro (PT) -, pensar, sequer,
em disputar o governo do estado. Daí se tramar um acordão entre quatro
paredes. Um guarda-chuva para proteger as oligarquias contra os
“sectários” do PT.
O PT, é preciso dizer, não pode e não deve ser
considerado um partido puro. Já deu provas disso. Hoje eu repetiria o
que me disse certa vez numa entrevista um ex-petista amigo meu, Olegário
Passos, quando ainda a época do mensalão. “O PT desceu à vala comum dos
partidos”. Contudo, não se pode dizer isso dos deputados Fernando
Mineiro e Fátima Bezerra, dois atuantes parlamentares. Um na Assembleia
Legislativa e a outra na Câmara dos Deputados. E como o povo vota em
nomes e não em partidos…
É certo dizer também que o PT do Rio
Grande do Norte precisa perder o medo de ser feliz. Se ficar excluído
das conversas com vistas as eleições do próximo ano, que lance uma chapa
puro-sangue. Que as urnas digam o que realmente querem para o Rio
Grande do Norte. Do contrário o PT continuará sendo um simples figurante
na política local, mesmo que a presidenta Dilma Ruosseff se reeleja.
Aos incautos digo que as urnas são soberanas e que o povo deplora acordão. Temos exemplos vários.
A conferir!
FONTE: http://blogdobarbosa.jor.br/novo/