Estratégia mira ampliar alianças e evitar fragmentação no cenário estadual.
Diz o ditado que na política “quem não mexe as peças, leva Xeque-mate cedo”. E no tabuleiro potiguar, quem voltou a mover o rei, a rainha e até os peões foi José Agripino Maia. Experiente como poucos — e conhecedor das aberturas, defesas e armadilhas do jogo — Agripino tenta bater a parada antes que 2026 chegue, articulando aproximações improváveis e recolocando atores-chave no mesmo tabuleiro.
Seu movimento mais ousado até agora envolve a tentativa de aproximar o vice-governador Walter Alves (MDB) do projeto eleitoral do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil). Allyson, visto por analistas como peça de alto valor, tornou-se a “rainha” da disputa: rápida, versátil e capaz de avançar sobre vários setores do eleitorado.
Walter, por sua vez, assumirá o Governo do RN em abril de 2026, entrando no ano eleitoral sentado no trono do Executivo — posição de “rei” capaz de definir ritmos, prioridades e alianças.
Oficialmente, como repetem aliados próximos, o objetivo de Walter é fortalecer o MDB, ampliando bancadas, reorganizando diretórios e reposicionando o partido no centro das negociações estaduais. Essa é a narrativa pública. Nos bastidores, porém, lideranças não descartam que a conjuntura permita um novo lance: Walter avaliar uma candidatura à reeleição, caso o momento político lhe ofereça vantagem estratégica.
Interlocutores próximos afirmam ainda que Walter conta com simpatia do presidente Lula, candidato à reeleição pelo PT, o que aumenta seu valor no tabuleiro e lhe confere circulação privilegiada em Brasília. Em xadrez eleitoral, poucas peças têm o peso de um apoio vindo do Palácio do Planalto.
Mas Agripino não articula apenas um eixo. Em outra ala do tabuleiro, ele tenta reaproximar a governadora Fátima Bezerra (PT) da senadora Zenaide Maia (PSD). Ambas já estiveram no mesmo lado da mesa, mas tensões internas afastaram posições e criaram brechas para novas combinações de forças.
Agripino sabe que, se o campo progressista não se alinhar, pode deixar espaços livres para movimentos adversários — e ninguém quer levar um xeque inesperado numa disputa acirrada.
As conversas acontecem sob sigilo, como partidas silenciosas em mesas de fundo de gabinete. Mas, como no velho ditado potiguar, “quando muita gente cochicha, é porque a jogada vem grande”.
E pelas informações apuradas pelo Portal Angicos Notícias, a jogada de 2026 promete ser decisiva:
• Walter fortalece o MDB;
• Allyson avança como principal nome competitivo de situação ;
• Fátima e Zenaide tentam recompor forças;
• Agripino orquestra tudo, como velho enxadrista que sabe que vitória não se anuncia — se constrói, movimento a movimento.
O tabuleiro está montado. As peças estão se aproximando.
E, no ritmo em que a política muda no RN, o xeque-mate pode vir mais rápido do que muitos esperam.