Tradicional no nordeste brasileiro, o esporte masculino da vaquejada
agora está conquistando as mulheres. Sem deixar a vaidade de lado, elas
não pensam duas vezes em enfrentar bois que podem pesar até 250
quilos. Para a caicoense Ana Ester, não poderia ser diferente –
apaixonada por cavalos, a menina cresceu vendo o esporte contagiante
através dos ensinamentos do seu avô Walfredo Lopes, “Barra de Isaias”, o
seu pai Walfredo Filho e seu irmão Polion.
Bastante observadora, Ana Ester aprendeu os ensinamentos e colocou em
prática em 2006, quando disputou sua primeira vaquejada em Caicó
montada em um cavalo do amigo Popó Porcino. Como o primeiro boi
derrubado nunca esquecido pelo vaqueiro, a caicoense guarda na memória
até hoje, o dia em que foi campeã do seu sonho.
“Naquela época tudo era mais difícil, pois eu tinha que disputar
junto com com os homens, já que não tinha categoria feminina no esporte.
Eu não bati a senha, mas ganhei para sempre a recordação do primeiro
boi que rolou na faixa”, disse Ana Ester.
O entusiasmo da vaqueira caicoense aumentou ainda mais quando foi
aprovado a categoria feminina dentro do esporte que já a consagra como
uma das melhores da região do Seridó, tendo inclusive já vários títulos
conquistados. O mais recente aconteceu na Vaquejada de Jucurutu, no
último fim de semana, onde montada na égua Lindinha, faturou o primeiro
lugar.
Para nossa reportagem, Ana Ester não guardou segredo de como derrubar
boi e ainda que o fato de ser mulher não torna a prática do esporte uma
atividade impossível. “Para se derrubar um boi em vaquejada é possuir
técnica, um bom cavalo e ser apaixonada pelo esporte. Isso qualquer
mulher pode ter e dominar até melhor que os homens. Hoje a mulher está
inserida em todas as áreas que um dia foram consideradas impossíveis de
serem conduzidas pelo público feminino. Isso prova que nós podemos fazer
muitas coisas”, disse a vaqueira entusiasmada.
Por Wllana Dantas