É
preciso prestar atenção. Do jeito que as coisas vão, logo o Brasil se
verá envolvido num conflito que, se não for civil, passará bem perto.
Importa menos saber quem nasceu primeiro, se o ovo ou a galinha, pois o
pior se aproxima, ou melhor, já chegou. Apesar de dispor de designações
variadas, estamos divididos em dois. Duas forças em choque:
conservadores versus progressistas; direita contra esquerda; pobres, em
oposição a ricos. Claro que dentro dessa simplificação absurda existirão
mil nuanças e subdivisões, mas a verdade é que rapidamente chegaremos
ao ápice de um confronto fundamental.
Nossa História permanece cheia de exemplos capazes de demonstrar
quantas vezes estivemos perto da ruptura, seja política ou social. Só
que agora é mais grave.
De um lado estão os que se aferram ao retrocesso e buscam implantar
um sistema favorável à revogação de reformas sociais. Não tiveram
escrúpulos em tomar o poder por artifícios escusos e preparam a extinção
de conquistas anteriores, prometendo reformar para que tudo continue na
mesma.
No reverso da medalha situam-se os que promoveram mudanças
significativas, mas, ao mesmo tempo, encenaram amplo espetáculo de
presunção, egoísmo e corrupção. Usaram o poder em favor de seus
interesses pessoais.
Por Carlos Chagas
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