Considerando-se que sete em cada dez brasileiros rejeitam Michel Temer, interesse público é algo que poucos ainda acreditam que ele tenha. E o presidente, sempre que pode, demonstra que realmente não tem. Crivado de denúncias e inquéritos, Temer compõe uma nova equipe ministerial com os velhos suspeitos de sempre. O rebotalho continua dando as cartas.
O Ministério da Saúde permanece com o PP, agora rebatizado, veja você, de Progressitas. Trata-se da mesma velha legenda, campeã no ranking de enrolados na Lava Jato. Para o lugar do deputado Ricardo Barros vai Gilberto Occhi, atual presidente da Caixa Econômica Federal. Em condições normais, a troca seria um rebaixamento para Occhi. Mas é preciso enxergar o que está por trás da anormalidade. A Caixa está sendo varejada pela Procuradoria e pela Polícia Federal. Depondo como delator premiado, o doleiro Lúcio Funaro, operador de propinas de gente como Eduardo Cunha, iluminou negócios trançados nos porões da instituição. Difícil saber até onde as investigações vão subir. Na dúvida, alojou-se Occhi num cargo que oferece foro privilegiado. Ali, o personagem estará a salvo dos rigores da primeira instância. Com uma vantagem: o Progressistas (pode me chamar de ex-PP) mantém sob seu jugo o comando da Caixa, pois indicou para a vaga de Occhi o atual vice-presidente de Habitação da casa bancária estatal: Nelson Antônio de Souza.
Por Josias de Souza
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