Senado decide hoje valor do mínimo Líder do PT conta com apoio unânime do partido para aprovação dos R$ 545 defendidos pelo governo federal
Brasília (ABr) - O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), afirmou ontem que o trabalho com os demais senadores da bancada para a votação do mínimo será na base do convencimento, sem uma orientação específica. "Estamos contando com a unanimidade dos votos da bancada. Fechar questão seria uma medida de força. E estamos trabalhando com o convencimento. Inclusive do senador Paulo Paim (PT-RS)", disse fazendo referência ao senador petista que já se disse contrário ao atual reajuste. Humberto Costa garantiu, ainda, que não haverá dissidências no partido.
Paulo Paim (PT-RS) admite recuar da proposta de R$ 560 em troca de reajustes permanentes para aposentados Foto: Paulo de Araújo/CB/D.A Press
A votação da matéria está marcada para hoje. O projeto reajusta para R$ 545 o salário mínimo e cria uma política de reajuste até 2015, com base nos critérios atuais: a variação da inflação do ano anterior mais a do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. A matéria ainda determina que o valor, a cada ano, seja fixado por meio de decreto presidencial.
O líder disse que não acredita que o Supremo Tribunal Federal irá ser favorável à ação que questiona a fixação de valor do mínimo por decreto. Segundo ele, o simples debate sobre o assunto gera insegurança jurídica. O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), disse que a presidente Dilma Rousseff pediu celeridade na aprovação. Segundo Jucá, a presidente quer a matéria aprovada e sancionada ainda este mês para começar a valer em março deste ano.
Recuo
O senador Paulo Paim (PT-RS) deu sinais hoje de que poderá recuar da emenda que elevaria o salário mínimo para R$ 560 este ano. Na semana passada, ele havia anunciado que iria propor uma antecipação de R$ 15 do reajuste do próximo ano, para que o salário atingisse o valor pedido pelas centrais sindicais agora. Mas, menos de uma semana depois do anúncio, o senador disse que irá "conversar com a bancada e com os ministros" para negociar a troca da emenda por um debate sobre a política permanente de reajuste para os aposentados e uma proposta de fim do fator previdenciário.
"Todo trabalhador sabe que é muito mais importante para ele avançar numa política permanente para os aposentados do que uma antecipação de R$ 0,50 por dia no salário mínimo", afirmou. Apesar do recuo, Paim negou que tenha sido "enquadrado" pelo PT. Na semana passada, o líder do partido, senador Humberto Costa (PT-PE), avisou que iria cobrar "reciprocidade" dos colegas de partido e que faria de tudo para derrubar as emendas que surgissem na base aliada antes de serem apresentadas.
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