Erra
quem imagina que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saiu de cena quando renunciou
na semana passada à presidência da Câmara dos Deputados, e que só lhe
resta agora esperar o dia em que seu mandato será cassado. Cunha
continua na boca do palco. E ele é quem dá as cartas.
Está pronto para fazer de Rogério Rosso (PSD-DF) seu sucessor na
presidência da Câmara. E para conseguir que a Comissão de Constituição e
Justiça não vote tão cedo o parecer do Conselho de Ética que recomenda a
cassação do seu mandato por quebra de decoro.
A Comissão marcou para esta tarde mais uma reunião destinada a
apreciar o parecer. Cunha manobra para que a reunião dê em nada. Poderá
faltar quórum caso não compareça a maioria dos seus 66 membros. Se não
faltar, mesmo assim a reunião poderá ser suspensa.
Para isso, basta que o número de inscritos para falar seja numeroso, e
que os partidários de Cunha usem todos os recursos de obstrução ao seu
alcance. Ou então que haja quórum no fim da tarde ou no início da noite
para que o plenário da Câmara comece a votar o que está previsto.
Hoje é dia também de sessão da Câmara para votação de matérias. E se
257 dos 513 deputados estiverem em plenário para votar, reuniões de
comissões serão encerradas imediatamente. A princípio, a Comissão de
Constituição e Justiça só voltaria a reunir-se em agosto.
Por Ricardo Noblat
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