12 de jul. de 2016

Mundo político continua refém de Eduardo Cunha


voto-direto-4097-charge-Mario-02072015Erra quem imagina que Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saiu de cena quando renunciou na semana passada à presidência da Câmara dos Deputados, e que só lhe resta agora esperar o dia em que seu mandato será cassado. Cunha continua na boca do palco. E ele é quem dá as cartas.

Está pronto para fazer de Rogério Rosso (PSD-DF) seu sucessor na presidência da Câmara. E para conseguir que a Comissão de Constituição e Justiça não vote tão cedo o parecer do Conselho de Ética que recomenda a cassação do seu mandato por quebra de decoro.
A Comissão marcou para esta tarde mais uma reunião destinada a apreciar o parecer. Cunha manobra para que a reunião dê em nada. Poderá faltar quórum caso não compareça a maioria dos seus 66 membros. Se não faltar, mesmo assim a reunião poderá ser suspensa.
Para isso, basta que o número de inscritos para falar seja numeroso, e que os partidários de Cunha usem todos os recursos de obstrução ao seu alcance. Ou então que haja quórum no fim da tarde ou no início da noite para que o plenário da Câmara comece a votar o que está previsto.
Hoje é dia também de sessão da Câmara para votação de matérias. E se 257 dos 513 deputados estiverem em plenário para votar, reuniões de comissões serão encerradas imediatamente. A princípio, a Comissão de Constituição e Justiça só voltaria a reunir-se em agosto.

Por Ricardo Noblat

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