26 de mai. de 2015

Congresso nunca faltou a um presidente, mas com Dilma tudo é possível

Uma das cúpulas do Congresso (Foto: Xenia Antunes)Quem lhe parece ter razão ao falar do ajuste fiscal promovido pelo governo da presidente Dilma?
Político A:
– Decidimos dar um passo à frente e dizer que, para o governo dar certo, tem que mudar o rumo da política econômica (…) As políticas fiscal e monetária estão levando o país a uma recessão, mistura explosiva, que pode ser mortal para o nosso projeto de país. O ajuste fiscal do ministro Joaquim Levy não dará certo. Os mais pobres é que pagam por ele.
Político B:
– Todos nós sabemos que o governo não está fazendo isso nem por maldade nem por prazer. Está fazendo porque é uma necessidade. Está fazendo porque sem isso nós não vamos ter as condições para retomar o crescimento muito em breve. Tudo que eventualmente penalizava os mais desfavorecidos foi retirado das medidas do ajuste fiscal por seus relatores.

O Político A é o senador Lindbergh Farias, do PT do Rio de Janeiro. O B é o senador Humberto Costa, do PT de Pernambuco.
Esta semana, o Senado votará as medidas do ajuste fiscal. Caso mude algum ponto delas, as medidas voltarão para exame na Câmara dos Deputados. Dali irão para sanção da presidente da República.
Nunca antes na história deste país, ou pelo menos desde o fim da ditadura militar de 64, o Congresso rejeitou plano de governo para pôr ordem na economia.
Nem mesmo o plano maluco do ex-presidente Fernando Collor que congelou o dinheiro da poupança dos brasileiros.
Fidel Castro, na época o presidente de Cuba, e que estava por aqui, comentou que nem ele tivera coragem de garfar a poupança dos cubanos.
O Congresso aprovou todos os planos que o governo Sarney lhe apresentou – Cruzado 1, Cruzado 2, Plano Bresser.
Aprovou o Real do governo Fernando Henrique.
É verdade que Lula colheu ali uma desastrosa derrota: o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF).
Hoje, a CPMF renderia algo como 80 bilhões de reais para a área da Saúde. Mas ela não era um plano econômico como o Cruzado ou o Real.
De todo modo, com Dilma tudo é possível.

Por Ricardo Noblat

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