10 de out. de 2013

Partido do presidente



Semana passada foi concretizado o traslado do presidente da Assembleia do Rio Grande do Norte, deputado Ricardo Motta para o recém-criado Pros – Partido Republicano da Organização Social.
Conseguiu formar a maior bancada (da Casa)  no partido janela,  depois de fechar outras tantas no Governo Rosalba.
Isso porque havia acertado ficar com o comando do PP potiguar, mas foi surpeeendido pela ação do deputado federal Betinho Rosado, ex-DEM.
Segundo pessoas próximas ao casal Rosalba/Carlos Augusto sem o aval deles.Segundo outras nem tão distantes, um risco assumido pelo grupo rosa do DEM como alternativa de interlocução junto ao Governo Dilma.
Fato é que a história de bancada numerosa e pouco consistente – em termos programáticos partidários – não é novidade no Palácio José Augusto. Pelo contrário. Um fenômeno repetido nas últimas décadas a partir do fortalecimento da figura do presidente da Assembleia Legislativa, poder político e concreto de força incontestável.
A mesma força usada como degrau para a Câmara Federal dessa fatia do legislativo também não é novo. Senão vejamos. Na década de 80, o RN assistiu a expressão maior  do então Partido Liberal. O PL do deputado federal Flávio Rocha era também dos estaduais Raimundo Fernandes e Vivaldo Costa.
Não chegou à presidência da AL, mas foi definitivo na era radical do Governo Geraldo Melo, de oposição e situação mais definidas.
Na década de 90, governo Garibaldi Alves Filho, foi a vez do presidente Álvaro Dias – ainda PMDB –  galgar planos mais ousados como uma cadeira na Câmara Federal. Chegou lá com a ajuda de quase todos seus pares estaduais. Lá, foi contemplado com o PDT. Partido que também quase conquistou o passe dos deputados Raimundo Fernandes e Ricardo Motta.
Por último, o PMN do vice governador Robinson Faria. O ex-presidente reeleito tinha o filho como carta na manga para entrar da disputa federal. Desafio conquistado com sucesso e com a ajuda dos deputados Raimundo Fernandes e Ricardo Motta. Vivaldo Costa, não desta vez. Optou pelo também pendular PR.
Motta que assumiu a presidência da Casa com o discurso de não repetir Robinson Faria já acumula mais semelhanças do que diferenças. Para citar duas; a reeleição da Mesa Diretora “fora de época” e o projeto do filho deputado federal.
Simples assim; história se repetindo, na mesma praça, no mesmo jardim e na maioria das vezes com os mesmos protagonistas, sabendo quem prós. Contra, talvez.

FONTE:http://lauritaarruda.com.br/

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