1 de ago. de 2012
AQUI NO RN / PF encontra indícios de relação entre Agaciel com Cachoeira
A Polícia Federal encontrou novos indícios do envolvimento do deputado distrital Agaciel Maia (PTC), irmão do líder do PR no Rio Grande do Norte, João Maia, com o grupo de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Os policiais descobriram na casa de José Olímpio Queiroga Neto, um dos comparsas do "bicheiro", um pen-drive com fotos do deputado distrital Agaciel Maia durante uma viagem de família à Europa.
A informação foi denunciada pelo Radar On-line, do jornalista Lauro Jardim, da revista Veja e veio com a ressalva de que um dos filhos de Agaciel namora a filha de Olímpio, que também está na viagem. Segundo a investigação federal, Olímpio controlava um conjunto de empresas (abertas nos nomes dos próprios filhos) que serviam de rota para a camuflagem do dinheiro obtido na rede de bingos clandestinos. A PF descobriu que uma dessas empresas registradas no nome dos filhos, a Lavaggio Lubrificação, foi transferida mais tarde para Daniel Lago Maia e Agaciel Maia Júnior, filhos de Agaciel Maia.
A PF registra no relatório enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista, que investiga a participação de parlamentares com Carlinhos Cachoeira que não encontrou citações na movimentação financeira do bando em relação a Lavaggio, mas considerou a mudança societária entre os filhos de Olímpio e Agaciel uma prova substancial da “relação estreita” do deputado com o integrante do bando do bicheiro.
Essa não é a primeira vez que Agacial Maia é citado como um dos envolvidos com Cachoeira. Antes, gravações feitas pela PF na operação Monte Carlo mostram que os negócios do grupo do bicheiro podem ter orientado o voto de deputados distritais na Câmara Legislativa. O caso teria começado no dia 15 de junho do ano passado, quando o deputado Raad Massouh (PPL) apresentou uma emenda ao projeto de lei que prevê a instalação de postos de combustíveis em supermercados e shoppings.
Pela emenda, só seria permitida a abertura de postos por empresas que conseguissem a licença depois da aprovação da lei – ficariam de fora as grandes redes que já têm postos instalados, mas que ainda não estão em funcionamento. José Olímpio Queiroga – apontado como um dos chefes do grupo de Cachoeira – é cobrado por um homem identificado como Ricardo Porto, que pergunta por que o deputado Agaciel Maia (PTC) não votaria a favor da emenda como teria sido combinado previamente. Cachoeira teria interesse na aprovação.
Em seu blog particular, Agaciel Maia se manifestou sobre o caso. Ele explicou que, como relator da Comissão de Economia, Orçamento e Finanças, foi contra todas as emendas colocadas ao projeto de lei que era originalmente do deputado Chico Vigilante. Porém, o projeto foi alterado pelo próprio autor e colocado para votação, tendo recebido voto favorável por parte de Agaciel Maia.
OUTROS CASOS
Frequentemente o deputado Agaciel Maia aparece envolvido em algum escândalo. Agora deputado distrital, o irmão do deputado federal potiguar, João Maia, já foi diretor geral do Senado e protagonizou os chamados "atos secretos". Essa é uma das causas dos processos por improbidade administrativa que o parlamentar responde na Justiça Federal. O outro investiga a participação dele na assinatura de dez contratos para a prestação de serviços de publicidade sem licitação, entre 2005 e 2008. As ações ainda não foram julgadas.
Sobre o caso de grilagem de terras, a Polícia Civil e o Ministério Público do Distrito Federal apuram a atuação do deputado distrital, protagonista do escândalo dos atos secretos do Senado, como mandante de invasões em São Sebastião, região administrativa a 26 quilômetros do Palácio do Planalto e base eleitoral do parlamentar. Segundo o jornal, os depoimentos de invasores mostraram que Agaciel Maia é suspeito de incitar as ocupações. (CM)
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