2 de jun. de 2012

José Dias: “Governo Rosalba deve explicações sobre áudios”


O deputado estadual José Dias (PSD) disse essa manhã que o governo do Estado "deve explicações" à sociedade em relação aos áudios da campanha da governadora Rosalba Ciarlini (DEM) ao Senado em 2006. "Não tenho a menor dúvida de que nós estamos vivendo um período de catarse. Vamos ter que purgar todas as mazelas da política brasileira", disse o deputado, ao ser abordado sobre os áudios. Em entrevista ao Jornal de Hoje, o parlamentar defendeu uma espécie de faxina geral na vida pública. "Tenho a certeza de que resultado vai ser altamente positivo para o país", afirmou, acreditando que "não há como, depois de tudo, nós não termos um país melhor", e explicando que as tratativas contidas nos áudios reveladores são comuns, com a diferença de que, com Rosalba, foi flagrado e está sendo exposto. "Não afeta só a governadora".
Para José Dias o governo "deve explicações" sobre os áudios porque "todo ser político deve explicações dos seus atos". Neste aspecto, segundo ele, o caso comporta duas explicações: uma para a opinião pública, outra para a justiça. "O governo tem que dar explicação para a opinião pública e para os tribunais. A opinião pública já abriu o processo. Quanto ao jurídico, é a Justiça quem vai decidir". Para Dias, os áudios "mostram o que está lá e é muito claro". "A vida política não pode ficar como está. As campanhas são municiadas com recursos de todas as origens. Claro que não se justifica um erro com o outro, agora, tem que ver que isso tem que se acabar. É ruim para a imagem de todos. As pessoas nominadas são as que estão na ribalta, contudo, é ruim para todo mundo", declarou o parlamentar.

De acordo com José Dias, o silêncio do governo ajuda a agravar a imagem negativa do Estado perante a opinião pública. "É muito ruim ignorar, não é possível, até porque a opinião pública cobra. Se você é um político, tem que dizer a sua defesa, seja ela qual for. Com certeza, esse problema ajuda a agravar a imagem negativa do governo, que está com índice de desaprovação gigantesco. Nessas condições, qualquer marolinha é um tsunami", declara.

Não é o fato de ser médica que torna a precariedade do serviço de saúde do estado um escândalo. Não é o fato de ser pediatra que torna a morte de crianças por falta de UTI no Estado um escândalo maior ainda. Para José Dias, o problema de Rosalba Ciarlini como governadora do RN é falta de gestão competente dos recursos públicos, "porque a responsabilidade dela é total e isso é inconcebível porque não falta dinheiro", diz o deputado. "A justificativa de faltar dinheiro não existe. O que falta é capacidade gerencial. Acho que o estado está acéfalo. A arrecadação é crescente".

Dias critica a decisão de acumular recursos enquanto crianças morrem nos leitos dos hospitais. "Honestamente, não sei por que os recursos estão sendo acumulados. Só sei que os recursos estão sendo guardados à custa de um sofrimento insuportável para o povo, na saúde, na segurança, na educação, onde falta investimento de toda natureza. Todos os índices estão de uma forma aterradora, nós ficamos alarmados. Seja no desenvolvimento do nosso turismo, que está uma crise inconcebível. A gente não imaginava que chegasse a esse ponto. Mas o grave é que o Estado não está falido, o estado está sem gestão".

POLÍTICA
As últimas alianças políticas do governo, que trocou aliados do palanque eleitoral por adversários naquela época, são apontadas por José Dias como fatores que têm contribuído para a decadência do governo do Estado. "De uma forma geral o governo está desacertado, está perdido. Não se vê luz no fim do túnel. Há incapacidade administrativa e política. Politicamente, o governo trilha caminhos perigosos", aponta. Segundo José Dias, o governo "desprestigiou aqueles que apoiaram e acreditaram na mensagem e hoje apoia e privilegia aqueles que combateram" durante a campanha.

Ele se refere à aliança de Rosalba com os deputados federais e presidentes do PMDB, Henrique Alves, e PR, João Maia. "É um governo sem rumo e que desmente totalmente a mensagem que levou às pessoas na campanha. O que nós dizíamos na campanha o adversário dizia o contrário. Hoje os que apoiaram nossas mensagens, de recuperação da vida política, estão fora, enquanto que aqueles que a gente combatia são os que estão mandando no governo".

POR TULIO LEMOS

POSTADO POR CLEUMY CANDIDO FONSECA ÁS 09:26

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