Por JOSIAS DE SOUZA
Em menos de 24 horas, dois ex-governadores do Rio de Janeiro foram em
cana. Isso é coisa para o livro dos recordes. O preso de hoje, Sérgio
Cabral (PMDB), tem mais peso político do que o de ontem, Anthony
Garotinho (PR). Isso porque o grupo de Cabral continua comandando o Rio,
agora por meio do governador Luiz Fernando Pezão.
A primeira consequência prática da nova prisão é que Pezão terá ainda
mais dificuldades para aprovar o seu pacote de maldades fiscais.
Difícil exigir sacrifícios de uma sociedade que se sente assaltada por
seus governantes. Para complicar, entre os presos está Hudson Braga, que
foi coordenador da campanha de Pezão em 2014.
Presidente nacional do PMDB e líder do governo Temer no Senado,
Romero Jucá disse que a prisão de Cabral não prejudica o partido. Para
Jucá, o problema é só de Cabral. Avalia que a encrenca não interfere nem
mesmo na rotina do governo do Rio. Então, tá! Quem quiser que acredite.
Quem preferir pode prestar atenção na segunda consequência da prisão de
Cabral.
Ao enviar Sérgio Cabral para a cadeia, a Lava Jato potencializa a
impressão, já bem disseminada, de que o PMDB é uma superestrutura
apodrecida. A situação é de uma simplicidade estarrecedora. Os
principais caciques do partido do presidente da República Michel Temer
pisam distraídos nos interesses da República, atormentados pela sensação
de que a qualquer momento um pedaço de investigação pode cair sobre
suas cabeças. O único consolo dos caciques é que o caso do PMDB não é
único. A podridão é um fenômeno suprapartidário no Brasil.
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