11 de abr. de 2011

100 dias: Deputados têm avaliações divergentes



A marca dos 100 dias do Governo Rosalba Ciarlini traz avaliações divergentes entre deputados estaduais, federais e senadores. Mais de três meses depois da gestora ser empossada os parlamentares mantém as mesmas posições adotadas na campanha política de 2010. Os que foram oposição apontam que a atual gestora ainda não começou a administrar e se restringiu a apontar erros dos governos Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira (PSB). Os aliados da governadora enaltecem as ações adotadas para conter gastos, cancelar convênios com os municípios e suspender gratificações. Entre os dois discursos, há ainda os mais cautelosos, os oposicionistas da governadora que já dão mostra de uma possível aliança administrativa.
Aldair DantasDeputados estaduais evitam críticas mais contundentes, mas há cobrança sobre a ausência de projetos nesses primeiros meses de administraçãoDeputados estaduais evitam críticas mais contundentes, mas há cobrança sobre a ausência de projetos nesses primeiros meses de administração

Presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, o deputado estadual Ricardo Motta (PMN) observa que os primeiros 100 dias de gestão foram para “arrumar a casa”. “Esse período foi para arrumar a casa, para colocar o Estado dentro da legalidade, já que o que se encontrou foi um grande rombo financeiro”, comenta, enaltecendo o trabalho do governo para viabilizar a construção do estádio Arena das Dunas, que sediará a Copa do Mundo de 2014 em Natal.

“A governadora e sua equipe empreendeu todos os esforços para viabilizar a construção da Arena das Dunas e assegurar a realização da Copa em Natal. E contou com o apoio irrestrito da nossa Assembleia Legislativa que, por unanimidade, aprovou a inclusão de um percentual dos royalties no fundo garantidor da parceria público privada do novo estádio”, completa.

O deputado estadual Raimundo Fernandes (PMN) segue a linha de aliado e destaca que nos primeiros 100 dias o Governo adotou medidas moralizadoras para toda população. O parlamentar cita a anulação do decreto que criava a inspeção veicular obrigatória, onde anualmente todos os proprietários de veículos, independente da idade da frota iriam pagar um imposto pela inspeção superior a R$ 130.

“Concordo também com a medida de cancelar os convênios dos municípios. O Governo anterior fazia convênio de R$ 800 mil com os prefeitos que eram aliados e de R$ 100 mil para os que não eram aliados. Na hora que o prefeito achava conveniente aderir a Rosalba (então candidata) o Governo cancelava o convênio”, diz Raimundo Fernandes.

O deputado Fábio Dantas (PHS) define como “improviso” o trabalho realizado nos 100 primeiros dias de gestão Rosalba Ciarlini. “Não tem (o Governo) ações concretas. Está se baseando apenas em olhar no retrovisor, o principal marco é a falta de preparo para governar o Estado”, afirma o parlamentar. Ele cita como “improviso” as incertezas sobre o secretariado de Rosalba Ciarlini na véspera do anúncio.

“Ela não tem plano para governar. Os secretários estão fazendo um estágio de seis meses para serem secretários. Não há planejamento. É o excesso do improviso. Tudo nesse Governo é amanhã”, comenta. Fábio Dantas lamenta o fato de que ainda hoje não há o calendário anual para o funcionalismo público.

O deputado estadual Fernando Mineiro (PT) observa que o Governo ainda precisa mostrar a que veio. “Estou sentindo na sociedade que há uma expectativa para que o Governo comece, concretamente, a administrar, dando respostas as demandas da sociedade”, diz.

“Rosalba deveria esquecer o retrovisor”

Na avaliação dos 100 dias de Governo Rosalba Ciarlini, a bancada dos deputados federais do Rio Grande do Norte está dividida. Para deputada federal do PT, Fátima Bezerra, a governadora não apresentou “nenhum projeto de Governo”. Já o deputado federal Felipe Maia (DEM) enaltece as gestões feitas pela governadora para controle do gasto e já preparando o começo da execução dos planos de governo.

Mais comedido, o deputado federal Henrique Eduardo Alves (PMDB) analisa que a governadora “começou bem”, mas precisa deixar de olhar para o retrovisor e criticar os antigos opositores. “A governadora começa bem, com cautela, com o cuidado necessário. Esse é um início de administração que não é de continuidade, ela (Rosalba Ciarlini) foi eleita com a bandeira da oposição”, comenta.

O líder peemedebista afirma que se tivesse que fazer uma sugestão para a governadora diria para ela não ficar olhando o que fizeram ou deixaram de fazer. “Ela deveria esquecer o retrovisor, até porque pode ter o apoio dos que fizeram ou deixaram de fazer. O governante tem que exercer liderança ampla. Ela (a governadora) pode ter o apoio dos que não votaram nela. Para isso tem que esquecer o retrovisor e conquistar a simpatia daqueles que por razões justas não votaram nela, mas poderão se unir em torno de um projeto administrativo”, diz Henrique Eduardo.

O deputado federal Felipe Maia afirma que é natural o início de administração onde seja necessária adequar uma linha de atuação. “Rosalba tem feito isso no momento em que encontrou uma situação precária financeira com necessidade de ajuste nos setores. Ela tem tomado ações para o desenvolvimento do Estado e já vem mostrando a forma de administrar”, avalia.

Felipe Maia pondera que é natural o governante ter pelo menos um ano para começar a mostrar o estilo de governar e executar os projetos, “colocando a casa em ordem”. “Mas a governadora Rosalba bem antes disso (de um ano) ela já colocará o Estado em ordem. Entendo as dificuldades que ela enfrenta e já vejo gestões e atitudes para investir na educação, saúde e realização da Copa de 2014”, completa.

A deputada federal Fátima Bezerra diz que não viu “qualquer novidade” na gestão Rosalba. “Nesse período (100 dias) a governadora passou olhando para o retrovisor e esqueceu de colocar os pés no presente. A sensação é de que falta um compromisso, um projeto de governo”, afirma a petista. Ela avalia ainda que a governadora tem dado sinais de continuidade em alguns projetos e programas deixados pela gestão passada. “Programas que tem como sustentação financeira, basicamente, o Governo Federal”, destaca Fátima Bezerra.

POSTADO POR CLEUMY CANDIDO ÁS 14:40

Nenhum comentário:

Postar um comentário