O
Sindicato dos Servidores da Saúde (Sindsaúde) denuncia a superlotação e
falta de estrutura do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM). Na
madrugada de anteontem (6), um paciente fez uma transfusão de sangue
deitado no chão porque não tinha leitos nem macas. Funcionários reclamam
ainda da sobrecarga de trabalho ocasionada pelo déficit de
profissionais.
“Como não tinha mais nenhum leito disponível e nem
maca, que já não é adequada para uma transfusão de sangue, o paciente
teve de ficar em um lençol no chão da sala de nebulização, que sequer
possui banheiro. Outro paciente que estava em uma maca no corredor
morreu, não há condições de se ter um tratamento eficiente sem o mínimo
de estrutura”, afirma o técnico de enfermagem Audiclégio Alves Maia.
O
técnico de enfermagem conta ainda que a ocupação do HRTM estava tão
alta que a Unidade de Gerenciamento de Vagas (UGV) teve de entrar em
contato com Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e outros hospitais
pedindo para que não fossem mais enviados pacientes, pois não havia
lugar.
Audiclégio Alves disse que ontem havia 43 pacientes em
atendimento no HRTM e somente três técnicos de enfermagem trabalhando.
Ele explica que a falta de profissionais na unidade contraria as normas
do Conselho Regional de Enfermagem (Coren), que recomenda a proporção de
cinco pacientes para cada profissional em atividade.
“Por causa
do desconforto e superlotação, muitos pacientes pediram para ter alta
adiantada ou abandonaram o hospital. O HRTM recebe uma demanda
crescente, mas o número de funcionários e a estrutura não acompanharam o
ritmo. Já não aguentamos mais ver esta obra de ampliação do hospital
parada há mais de dois anos”, disse o técnico.
JUSTIFICATIVA
A
assessoria de comunicação do HRTM informou que o atendimento ao
paciente teve de ser prestado no chão devido à urgência do caso. A
assessoria informa que, como o homem já vinha recebendo soro na
ambulância, a equipe de saúde iniciou a transfusão de sangue de forma
emergencial até que fosse providenciado um leito.
De acordo com o
presidente do Sindsaúde, João Morais, enquanto o paciente recebia
atendimento no chão do HRTM, mais 34 pessoas eram atendidas nos
corredores. Ele diz que o sindicato vai entrar com ação no Ministério
Público e ainda realizar protesto quinta-feira (13), às 9h, em frente ao
Hospital Regional Tarcísio Maia.
Sindsaúde estima déficit de três mil servidores no Estado
O
presidente do Sindsaúde, João Morais, afirma que, somente na área de
enfermagem do Hospital Regional Tarcísio Maia (HRTM) há um déficit de 17
profissionais. Em todo o Estado, o sindicato calcula que sejam
necessários, em média, três mil servidores em diferentes áreas.
Questionada sobre a possibilidade de contratação de mais profissionais, a
assessoria de comunicação da Secretaria de Estado da Saúde Pública
(Sesap) informou que o concurso público para a área deve ser aberto
somente no próximo ano.
Em nota, a assessoria declara que a
Coordenação de Recursos Humanos da Sesap está em fase de planejamento do
concurso público para 2016 e a previsão é que sejam oferecidas vagas
nas áreas assistencial e administrativa, destinadas a repor as vacâncias
por aposentadorias e falecimentos.
“Mesmo o Estado estando no
limite prudencial, o concurso estará dentro da legalidade, já que
servirá para repor as vacâncias por aposentadorias e falecimentos. A
expectativa é que o processo siga com celeridade e a Sesap convoque os
aprovados ainda em 2016”, conclui a assessoria, em nota.
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