6 de mar. de 2012
Garibaldi pode presidir Senado para o PT evitar Henrique
Neste sentido, o candidato a presidente da Câmara pelo PMDB, Henrique Alves, estaria entre a cruz e a espada, ao se colocar como líder do PMDB, por um lado, e candidato a presidente da Câmara que precisa do apoio do governo e do PT, de outro. Por isso, o manifesto do PMDB, que conta com 45 assinaturas de deputados, tem se constituído numa enrascada para o líder potiguar. "Se a lógica fosse regra na política, Alves poderia fazer tudo, menos bater na bancada petista. Mas Alves tem dentro da própria bancada peemedebista um problema tão grande quanto esse. Diante do monopólio petista na máquina de Dilma Rousseff, 45 dos 77 deputados peemedebistas chegaram ao limite da tolerância. Se Alves não apoiar o movimento agora, corre o risco de ter a própria bancada como inimiga na sucessão de Marco Maia em 2013. O que se pode concluir é que, seja qual for o lado escolhido, Alves estará enrascado do mesmo jeito", avalia o jornalista Lauro Jardim, da revista Veja.
As labaredas deste processo são inflamadas a cada instante. Enquanto as fragilidades do acordo PMDB-PT são expostas, outras forças políticas se inserem em busca do poder. Na semana passada, o PSB se rebelou votando contra o projeto do Fundo de Previdência Complementar, projeto do governo que não obteve o respaldo do partido do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. É a primeira vez que o PSB se rebela contra o governo do qual faz parte. Para completar, o deputado Inocêncio Oliveira (PR-PE), já começou a pedir votos para sua eventual candidatura à sucessão de Maia, e gente do próprio PMDB garante que Arlindo Chinaglia nunca esteve tão motivado em disputar o comando da Casa, continua o jornalista.
Como não bastasse isso, o Planalto não parece nada disposto a ajudar o líder peemedebista e estaria planejando uma cartada para prejudicar a ascensão de Henrique à Presidência da Câmara, já que o parlamentar potiguar é considerado expoente da bancada fisiológica do PMDB e tê-lo na Presidência da Câmara, segundo alguns petistas, seria deixar a presidente Dilma Rousseff e o próprio PT na condição de reféns num período importante para a consolidação do crescimento petista, tanto nas eleições municipais deste ano como na sucessão presidencial de 2014. Neste sentido, vem à tona a possível exoneração do ministro da Previdência, Garibaldi Alves Filho (PMDB), para, voltando ao Senado, ser o candidato do governo na eleição para presidente do Congresso.
Sobre este assunto, noticiou o jornalista Ricardo Boechat, da revista IstoÉ, sob o título Alves x Alves: "A opereta, em quatro atos, está em gestação no Planalto. No primeiro, Garibaldi Alves deixará o Ministério da Previdência e voltará ao Congresso. No segundo, disputará a presidência do Senado, com o apoio do governo. No terceiro, o deputado Henrique Alves, sobrinho (sic) de Garibaldi e também do PMDB, verá naufragar, por tais 'coincidências', seu plano de presidir a Câmara. No último, Dilma Rousseff se livrará de ter um expoente da bancada fisiológica no calcanhar ao longo de 2013".
Assim, foi sintomática a entrevista de Garibaldi ao Jornal de Hoje este final de semana. Pela primeira vez, o ministro declarou sua intenção de permanecer no ministério. Entre amigos e parentes, Garibaldi revela que seu maior desejo seria presidir novamente o Congresso, agora não com mandato-tampão, mas integralmente, pelos dois anos do segundo biênio da atual legislatura. Garibaldi assumir publicamente esta possibilidade seria, contudo, o mesmo que naufragar por completo o projeto do primo, já que não se concebe, em Brasília, que dois membros de uma mesma família comandem as duas casas legislativas do país.
Enquanto isso, o PMDB se move como pode para evitar que o PT se torne a maior potência política da República, passando por sobre o PMDB e demais partidos do Brasil. Uma aliança estratégica entre as bancadas da Câmara e do Senado estaria em franco enraizamento. Neste sentido, o Brasil Confidencial, da IstoÉ, destacou: "As lideranças do PMDB na Câmara e no Senado fizeram um pacto eleitoral para quebrar a hegemonia do PT. Se eleger Renan Calheiros presidente do Senado e Henrique Eduardo Alves na Câmara, o PMDB terá controle total da pauta de votações nas duas Casas até 2014", informa a publicação. O desfecho desta história está longe e a disputa entre os dois maiores partidos aliados poderá ser a tônica das eleições deste ano.
POSTADO POR CLEUMY CANDIDO FONSECA ÁS 16:15
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