Nove meses depois, muita coisa mudou. Daquele discurso de
prosperidade da gestão da governadora Rosalba Ciarlini, do DEM, no início do
ano, pouco se concretizou. E a crise administrativa que se agravou neste
terceiro ano de mandato teve reflexos diretos na situação política da
governadora. Partidos aliados anunciaram rompimento e lideranças se afastaram,
deixando a gestora quase isolada politicamente.
E um exemplo disse está na
Assembleia Legislativa do RN. Dos 24 parlamentares, 14 faziam parte da bancada
da gestora estadual ou eram de partidos que pertenciam à base aliada do Governo
do Estado. Até o final do ano, as perspectivas não são nadas positivas. Rosalba
pode perder a aliança de, pelo menos, nove deputados estaduais, incluindo, o
presidente da Assembleia Legislativa, Ricardo Motta.
Com relação aqueles que
começaram o ano aliados e já romperam, está o deputado Gilson Moura. O partido
dele, o PV, anunciou no início do ano que estava saindo da base aliada. O líder
do partido, o senador Paulo Davim, passou a fazer uma forte oposição estadual
ao DEM.
Em outra sigla, o PR tem
outros três deputados estaduais. Ou melhor: dois, Vivaldo Costa e George Soares.
Kelps Lima, que seria o terceiro, ganhou recentemente a desfiliação e deve ir
para o Partido Progressista (PP), que diante de declarações do presidente do
partido, Rafael Motta, deve apoiar uma candidatura de oposição em 2014.
O mesmo caminho, por sinal,
deve ser seguido pelo deputado Vivaldo Costa, além de Ricardo Motta e Raimundo
Fernandes, que pediram desfiliação do PMN e devem ir, justamente, para o PP.
Com essa soma, já são cinco os deputados estaduais que devem deixar a
governadora Rosalba Ciarlini sozinha numa tentativa de disputar a reeleição.
Contudo, além das mudanças
partidárias, há também a situação das mudanças de correntes dentro do partido.
Afinal, dois grandes aliados, o PMDB e o PR podem anunciar o rompimento com o
Governo nos próximos dias. A situação mais clara é a dos peemedebistas. Na
última sexta-feira, o presidente da Câmara Federal e do PMDB no RN, Henrique
Alves, anunciou que a saída do secretário de Assistência Social, Luiz Eduardo
Carneiro, antecipará o rompimento.
Os peemedebistas, segundo
Henrique, devem ter candidatura própria em 2014, ou seja, é mais uma sigla que
não apoiaria Rosalba numa eventual tentativa de reeleição. Dessa forma, de uma
só vez, o Executivo perderia quatro parlamentares aliados: Walter Alves, Nélter
Queiroz, Hermano Morais e Gustavo Fernandes. A situação do PR está menos
definida. O partido, presidido pelo deputado federal João Maia, caso as
desfiliações se confirmem, deve ficar apenas com George Soares.
Dessa forma, é provável Rosalba Ciarlini enfrente no último
ano de Governo uma oposição que beirará a ingovernabilidade. Afinal, serão 20
parlamentares na oposição, dos 24 que têm cadeira na Assembleia, uma vez que
esses 10 que deverão mudar de lado, vão se somar aos outros 10 que já são
oposição desde o início do ano – Agnelo Alves, Ezequiel Ferreira, Fabio Dantas,
Fernando Mineiro, Gesane Marinho, Gustavo Carvalho, José Dias, Larissa Rosado,
Marcia Maia e Tomba Faria.
Jornal de Hoje
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